Significa "A arte mais sutil" e foi um estilo musical que se desenrolou entre 1360 e 1430, no final da Idade Média.
Para melhor entendimento recomendo ler os posts anteriores sobre a Ars Antiqua >AQUI< e a Ars Nova >AQUI<.
É uma das últimas escolas estilísticas da música medieval, diretamente ligada à ARS NOVA. Na verdade até a década de 1960 era considerada parte da Ars Nova e pouco relevante, até que a musicóloga Ursula Günther resolveu estudar mais a fundo as complexas composições do final deste período. Ela resolveu nomear este movimento artístico como uma "arte mais sutil" a partir do que encontrou nos escritos do músico Philippus de Caserta em sua obra Tractatus de diversis figuris, escrito durante o período da Ars Subtilior. Porém antes dela já existia algum interesse pela música medieval a partir da década de 1940 onde já se percebia que as obras mais tardias da Ars Nova eram diferentes.
Embora muito ligada a música francesa, principalmente na capital do papado daquela época (Avinhão), a Ars Subtilior se estendeu a outras regiões da Europa como o norte da Itália e da Espanha, o Chipre e os países baixos.
Partitura em forma de coração da obra Belle, bonne, sage de Baude Cordier |
Algumas características dessa escola musical são um refinamento na forma de compor, com muita polifonia, cromatismos, acidentes e dissonâncias. Os compositores eram bastante experimentalistas, buscando novas formas rítmicas e deixando a interpretação e adaptação de suas obras em aberto para que pudessem se enquadrar no contexto musical (tipo de público, qualidade dos músicos, ambiente, etc.), o que parece indicar que não era uma música exclusiva dos ambientes eruditos, mas bem aceita entre o público geral. Os temas eram os mesmos abordados pela Ars Nova, tanto profanos (amor, cavalaria, guerras, odes...) como religiosos (liturgias, motetos, missas...). A estética ligada a escrita musical é um caso a parte. Eram explorados e inventados muitos tipos de notação, com formas e cores diversas. Algumas partituras tinham formatos estranhos para a atualidade, como o círculo, a espiral, o coração e a harpa, mas este não era o uso comum entre os compositores.
Partitura em forma de harpa da obra La harpe de melodie de Jacob Senleches |
Alguns compositores se destacaram nesta escola, como Francesco Jacob Senleches, Johannes Ciconia, Landini, Paolo da Firenze, Philippus de Caserta e Solage.
Partitura em forma circular da obra Tout par compas de Baude Cordier |
A partir da Ars Subtilior a música ocidental é classificada como sendo o período Renascentista onde houve uma expansão do conhecimento e uma grande evolução na teoria e produção musical.
No vídeo a obra Belle, bonne, sage de Baude Cordier, do manuscrito em forma de coração.
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