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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O CASO ENTRE MICK JAGGER E DAVID BOWIE




Uma história bastante controversa é a respeito dos rumores sobre um envolvimento amoroso entre os cantores Mick Jagger e David Bowie que teria começado em 1973, quando o já famoso vocalista dos Rolling Stones casado com a modelo Jerry Hall, ficou fascinado pelo novo artista da moda. Jagger convidou Bowie e sua esposa Mary Angela Barnett (mais conhecida como Angie) para assistirem um show dos Stones com tudo pago (entradas, hotel e champanhe).

Mick Jagger e Jerry Hall

Mas não parou por aí. Jagger e Bowie eram vistos constantemente juntos em eventos públicos, como a luta de boxe entre Muhammad Ali e Ken Norton (provavelmente a revanche em 10 de setembro de 1973), um show de Diana Ross (talvez o concerto no The Royal Albert Hall em Londres em 1973), saindo da discoteca Tramp em Londres ou sentados em um sofá de hotel, em todas estas vezes sem suas respectivas esposas.

Angie e David Bowie

Bowie e Angie não tinham problemas em admitir que eram muito abertos em seu relacionamento, ambos eram bissexuais e até compartilhavam namorados entre si, mas Jagger nunca comentou publicamente sobre suas tendências sexuais embora seus muitos casos com mulheres sejam conhecidos.

Há duas biografias que falam sobre esse rumoroso caso entre os cantores. Uma da própria Angie que foi casada com Bowie entre 1970 e 1980 e que em seu livro Backstage Passes (Acessos para os bastidores), escrito em 1993, relata ter viajado por alguns dias e quando voltou para sua casa em Oakley Street foi para a cozinha fazer chá. Sua empregada que havia chegado antes lhe avisou que havia alguém mais no quarto, então subiu as escadas e quando abriu a porta para ver quem era encontrou Mick Jagger e David Bowie sem roupas juntos na cama. Jagger permaneceu calado e Bowie apenas lhe perguntou – “Oh, olá, como você está?” Ela respondeu – “Estou bem!” e ofereceu chá aos dois. Ela deixa claro que não viu nada mais que isto, mas que teve certeza que após uma noitada de bebedeiras e drogas eles tinham feito sexo um com o outro, o que a deixou um pouco triste.

Apesar de meus olhos não terem comprovado, eu senti no coração... Está na cara que eles tinham transado. Nunca considerei a possibilidade contrária.
Angie Bowie



Ela ainda brincou que – “Eles estavam escrevendo Angie quando foram apanhados juntos na cama.” Se referindo a canção dos Rolling Stones intitulada Angie que trata de uma história de amor que não deu certo.

Outra biografia não autorizada também trata desse assunto. Em Mick: The wild life and mad genius of Jagger (Mick: A vida selvagem e o gênio maluco de Jagger), o autor Christopher Andersen relembra a narrativa de Angie Bowie e traz mais algumas afirmações, como que Bowie teria levado Jagger a ver filmes gays, e também o depoimento da cantora Ava Cherry que teria dividido a cama com os dois e que os teria visto fazendo sexo, e mais que isto, teriam uma relação afetiva, praticamente vivendo juntos por vários meses.



Segundo Lee Black Childers, ex vice presidente da MainMan, empresa que administrou a carreira de Bowie – “Mick olhava para David e se perguntava se aquela era a onda do futuro?” e ainda – “Mick fazia de tudo para seguir nos holofotes e David era o que de mais quente havia naquele momento.

Já o companheiro de banda de Jagger ficava incomodado com a obsessão dele:

O fato é que Mick era dez vezes melhor que Bowie usando apenas camiseta e jeans. Por que querer ser uma outra pessoa quando você é Mick Jagger?
Keith Richards

Depois de tudo isto fica uma dúvida. Seria a canção Angie uma referência velada ao caso de amor entre Mick Jagger e David Bowie, usando ironicamente o nome da esposa que praticamente os flagrou juntos?




segunda-feira, 12 de agosto de 2019

HISTÓRIAS DE AMOR - JON B. JOVI E DOROTHEA HURLEY


“Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer que não existe razão?”

Muitos músicos são idolatrados, mas até eles – ou principalmente eles – têm seus corações roubados por alguém e aí surgem os casais famosos na música.


JON BON JOVI E DOROTHEA HURLEY


Jon Bon Jovi (John Francis Bongiovi Júnior) nasceu em Perth Amboy, Nova Jérsei, EUA, em 2 de março de 1962. De uma família com origem italiana e irmão mais velho de três filhos do casal John e Carol. Em 1983 montou com outros quatro amigos a banda de hard rock Bon Jovi (uma alteração de seu sobrenome) e ficou mundialmente famoso como vocalista.


Dorothea Hurley nasceu em 29 de setembro de 1962 em Nova Jérsei, EUA. Foi campeã juvenil de caratê e se tornou mestre e instrutora do esporte, sendo considerada a quarta maior mestre no cinturão verde em 1994. É atualmente mestre faixa preta no quarto grau e co-dirige uma cadeia de restaurantes (JBJ Kitchen) onde os clientes são encorajados a comprar refeições para os desabrigados.

O ano era 1980 e tanto Jon como Dorothea frequentaram a mesma escola secundária em Nova Jérsei, a Sayreville War Memorial e foi lá que eles se conheceram, porém não começaram namorando. Ela namorava um amigo de Jon chamado Bobby e o primeiro contato entre eles foi em uma aula de história, durante uma prova. O jovem John Francis resolveu dar uma espiadinha nas respostas da colega e ela não deve ter gostado disto na hora. Posteriormente Bobby se alistou na marinha e saiu da cidade...

"...você conhece a regra dos cinco segundos quando deixa cair uma torrada no chão? Eu dei a ele três semanas. Nós começamos a namorar, e isso foi o fim daquilo"
Jon Bon Jovi

Inclusive existe uma música de Jon chamada Bobby's Girl (A garota do Bobby) que nunca foi lançada oficialmente mas foi gravada como uma demo e comprova a história.


O namoro durou quatro anos, mesmo depois de a banda fazer sucesso mas, segundo o livro Sex Drugs and Bon Jovi, escrito pelo empresário da banda, Rich Bozzett, Jon se apaixonou pela atriz Diane Lane e largou a namorada. A reviravolta ocorreu dez meses depois quando ele descobriu que ela também estava tendo um caso com o guitarrista de sua banda, Richie Sambora.

Diane Lane e Jon Bon Jovi

Caindo na real, que tinha cometido um grande erro, resolveu pedir perdão e a volta com Dorothea. Ela aceitou e em 29 de abril de 1989 ele estava em um hotel em Los Angeles com ela e disse...

"Tenho uma ideia. Por que não vamos agora? Ela disse: -Você está fora de si-. Eu disse: -Vamos lá. O que é melhor do que isso agora, neste momento?"
Jon Bon Jovi

"Nós não contamos à uma alma. Pegamos um pequeno avião de transporte, pegamos um táxi e nem passamos a noite lá. O taxista foi a testemunha. Voltamos para L.A. antes do horário de encerramento, e isso foi no sábado, então não vimos ninguém no domingo"
Jon Bon Jovi

Se casaram na Capela do Casamento de Graceland sob a benção de Elvis Presley (um sósia, é claro!) sem ao menos terem as alianças para trocarem na cerimônia. Eles tinham 27 anos de idade. As críticas vieram de todos os lados, obviamente a família se sentiu ofendida e os produtores da banda acharam aquilo um disparate com relação a carreira de rock star de Jon, mas isto não os abalou e sabiam que estavam realmente apaixonados.

"Fizemos isso por nós e não ligamos para nada, eu recebi muita crítica por isso, da banda, meus pais, Doc McGhee (gerente do Bon Jovi). Todo mundo estava chateado. Demorei alguns dias até perceber que não dou a mínima para o que alguém pensa"
Jon Bon Jovi

O ocorrido com a atriz Diane Lane, teria dado origem à música You Give Love a Bad Name (Você dá ao amor uma má reputação) do terceiro álbum da banda, Slippery When Wet, mas ninguém da banda admitiu que fosse verdade.

Apesar de alguns deslizes de Jon o relacionamento deles continuou firme e sempre mais sólido a ponto dele dizer que é o cara mais sortudo do mundo por ter se casado com ela, pois ela é a cola que mantém sua família unida.

"Eu sou o louco visionário com todos os tipos de coisas voando, assim as costuras vão se desfazendo. Ela é quem me segue com a cola, a linha e a agulha, mantendo tudo unido"
Jon Bon Jovi


Eles separam a vida de músico de Jon da vida como pai e marido para que isso não interfira no casamento e mantenha os filhos com os pés no chão. Fora do palco ele usa sempre o sobrenome Bongiovi. Ela diz que ele é um pai e marido maravilhoso, sempre presente e responsável.

"Nós faremos funcionar"
Dorotheia Bongiovi

Tiveram um grande problema familiar relacionado a sua filha mais velha, Stephanie em 2012, quando a jovem de 19 anos foi encontrada em seu dormitório na faculdade com uma overdose de opiáceos (medicamentos para a dor a base de ópio) durante a gravidez, tendo sido internada às pressas em um hospital. O casal tentou inutilmente manter o ocorrido em segredo e foi muito criticado pela mídia que os acusou de serem pais ruins. Dorothea rebateu dizendo que esperava que seus críticos nunca tivessem que passar por uma situação tão desesperadora.

Juntos criaram em 2006 uma fundação filantrópica que constrói casas para doação.

"Minha esposa faz todo o trabalho e eu ganho todo o crédito"
Jon Bon Jovi

"Ela é a musa de todas as baladas melosas que eu escrevo. É obvio. Eu tento dosar isso sem ficar muito meloso"
Jon Bon Jovi

Eles têm quatro filhos, Stephanie Rose Bongiovi (1993), Jesse James Bongiovi (1995), Jacob Bongiovi (2002) e Romeo Jon Bongiovi (2004) e em todo 29 de abril comemoram a data em que se casaram.




sábado, 19 de maio de 2018

HISTÓRIAS DE AMOR – RICHIE VALENZ E DONNA LUDWIG


“Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? 

E quem irá dizer que não existe razão?” 



Muitos músicos são idolatrados, mas até eles – ou principalmente eles – têm seus corações roubados por alguém e aí surgem os casais famosos na música. 






Ritchie Valens e Donna 

Ritchie Valens (Ricardo Esteban Valenzuela Reyes) nasceu em Pacoima, na Califórnia, costa oeste dos EUA em 13 de maio de 1941 e morreu em Clear Lake, em Iowa no dia 3 de fevereiro de 1959. De origem hispânica teve uma infância e adolescência complicada até que com 16 anos montou uma banda chamada Satellites para se dedicar ao estilo musical que acabava de surgir, o rock n’ roll. Foi rapidamente descoberto por um produtor e já no ano seguinte estourou com a música Come on let’s go. No ano seguinte gravou outro sucesso, a balada Donna e no mesmo single a mundialmente famosa La Bamba


Donna Ludwig nasceu em San Fernando na California em 30 de novembro de 1941. Em 1957 conheceu Ritchie Valens que a eternizou em uma música, posteriormente se casou e passou a se chamar Donna Fox-Coots.


Ritchie e Donna se conheceram em uma festa em um clube automobilístico em San Fernando Valley, não há muitos detalhes sobre o relacionamento deles, mas estudavam no mesmo colégio e Valens ainda não era famoso nesta época, começaram o namoro em segredo da família dela, o pai de Donna não aprovava a ligação de sua filha de apenas 15 anos com o jovem de origem latina. Na festa Ritchie cantou para Donna a canção We belong together de Robert & Johnny, e esta passou a ser a canção dos dois. 

“É claro que eu não disse nada a meu pai, mas desejava ir para onde ele estivesse de qualquer maneira” 
Donna 

Eles gostavam da andar de braços dados na chuva e se encontravam entre as aulas nos corredores da escola. Ela diz que ele beijava muito bem, mas nunca passaram disso: 

“Até onde eu sei, Ritchie morreu virgem” 
Donna 

Tempos depois Ritchie foi contratado por uma gravadora e começou a ter alguma fama, sua primeira música de sucesso foi Come on let’s go, mas este seria só o começo.

Donna no quarto de Ritchie com as guitarras dele

Em 1958 ele escreveu uma canção para a namorada e lhe falou sobre isto em uma ligação telefônica (ou teria cantado para ela), porém não lhe disse que pretendia gravá-la. Algum tempo depois Donna foi surpreendida: 

“O DJ disse - ‘Ritchie Valens novo hit’ - e ele começou - ‘Oh Donna...’ - e todo mundo no carro (eu estava com seis meninas amigas minhas no carro, pelo menos, ou cinco, e todas elas) começaram a gritar para mim. Era realmente algo único ouvir a música pela primeira vez. Continuei dizendo a todas para ficarem quietas” 
Donna 

A música do lado B do mesmo disco (naquela época lançavam um disco com uma música de cada lado) alcançou sucesso nacional alavancando a carreira de Ritchie Valens rapidamente, La Bamba é conhecida até hoje como uma das grandes músicas da história do rock n’ roll

Donna e Ritchie ao centro

Com a escalada de sucesso o cantor começou a ter muitos shows para fazer (chegou a ir para o Havaí, apesar de seu medo de voar), o que fez com que ele passasse bastante tempo na estrada, os dois combinaram de dar um tempo e conhecer outras pessoas, mas apesar disso ele continuava a ligar regularmente para Donna e Ritchie dava sinais de que a relação entre eles seria duradoura, mas cinco meses depois de a música tocar no rádio uma grande tragédia acabou com o sonho de Donna, Ritchie e milhares de fãs. Neste mesmo ano (1959) Valens e outros dois grandes nomes do rock morreram durante uma turnê em um desastre de avião que acabou sendo chamado de “O dia em que a música morreu” leia sobre isto >AQUI<. Ele tinha apenas 17 anos. 

Uma amiga ouviu a notícia no rádio e avisou Donna: 

“Foi mais ou menos como alguém me socar a cabeça. Eu estava com apenas 16 anos. Nunca tinha experimentado a morte antes em toda a minha vida” 
Donna 

Donna nunca perdoou o pai e saiu de casa aos 18 anos, se casou com um músico aos 19, mas se separou no ano seguinte, teve vários empregos e se casou mais duas vezes, passando a se chamar Donna Fox-Coots. Teve duas filhas. Mas como era de se esperar, aquele curto namoro com um dos grandes fundadores do rock n’ roll, marcou sua vida permanentemente. Sempre será a “namorada de Ritchie Valens” e ela continuou convivendo com a família Valenzuela (sobrenome de batismo de Ritchie).
Donna em 2008
Foto comemorativa dos 50 anos de lançamento do disco

“Eles sempre me trataram como um deles” 
Donna 

“Deus, foi há muito tempo! Por muito tempo quando eu era jovem, costumava ter sonhos sobre isto. Uma vez sonhei que Ritchie veio e se sentou ao pé da minha cama. Ele disse - ‘Tudo está bem’ - Eu nem sequer entraria em um avião até os 27 anos de idade” 
Donna 


Há um filme sobre a história de Ritchie Valens que conta um pouco dessa história, você pode ver mais detalhes dele >AQUI<. 

No vídeo a canção de amor que Ritchie compôs para Donna.




quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

SERGUEI TRANSOU COM JANIS JOPLIN


Atenção! Este post é anterior a morte de Serguei em 7 de junho de 2019, mas isto não interfere na história, apenas o texto se refere a ele como ainda vivo.

Janis Joplin era muito louca, gostava de beber licores e usava heroína, tinha gravado dois discos com sua banda 'Big Brother and the Holding Company', morava em San Francisco, Califórnia, quando foi apresentada a um brasileiro tão louco quanto ela.



O ano era 1968 e ela estava em um festival de rock em Long Island quando um outro amigo brasileiro lhe apresentou Serguei que morava desde os doze anos de idade nos EUA com sua vó materna:


“Fomos apresentados por um amigo chamado Aldir Oliveira. Não percebi que era ela de primeira, foi ele que me avisou. Ela estava com aquele cabelão de hippie, enorme. Ela tinha um jeito de interior. Até hoje esse tipo de gente me fascina. Ela tinha um sorriso assim, meio sem graça”
Serguei

“Ela chegou em mim e disse: ‘Você tem muito feeling’. De cara, ficamos amigos”
Serguei

“Foi no Festival do Parque em Long Island, EUA. Meu amigo Laudir de Oliveira, percussionista da banda Chicago, vinha pela estrada com uma cigana muito louca. Era ela. No dia seguinte ela foi ver o show da minha banda. Ficamos juntos e fizemos muito sexo. Fomos para a Califórnia e ela me apresentou para várias estrelas: Jim Morrison, Jimi Hendrix, Kris Kristofferson… Nosso caso de amor se transformou em lenda e terminou no Rio de Janeiro”
Serguei

Janis gostou do cara e o convidou para passar um tempo em sua casa. Serguei passou um mês morando na casa dela, inclusive conheceu Jimy Hendrix lá:


“Um dia, ela estava fazendo suco e bateram na porta. Fui ver, era um black power esquisito. 'Pode abrir'. Ela falou. Foi assim que conheci o Jimi Hendrix. Sei que eles começaram a discutir muito, depois se beijaram – era um outro estilo de vida, tá me entendendo?”
Serguei

O nome verdadeiro de Serguei é Sérgio Augusto Bustamante, nascido em 1933 no Rio de Janeiro, mas já era chamado de Serguei desde criança por conta de um amigo russo que não conseguia pronunciar o nome em português. Nunca chegou a ser um rockstar, mas passou por toda a época do surgimento e auge do rock nos EUA e Brasil, tendo conhecido alguns grandes nomes da psicodelia.


Sendo ou não verdade o que ele narra sobre Janis Joplin em 1968 parece que ele realmente esteve com a cantora em 1970 no Brasil. Existem testemunhas e registros do encontro entre os dois. Ela estava tentando se descontaminar das drogas e passar um tempo em algum lugar alegre, ensolarado e quente para relaxar e arejar a cabeça pois seu médico tinha sido categórico:

“Você tem de parar! É uma questão de vida ou morte. E, além de parar, você tem de tomar sol, ficar numa praia, num lugar bem longe de todos os seus lugares”

E por algum motivo incompreensível acabou no Rio de Janeiro bem na época de carnaval, no meio da farra desregrada, drogas, bebidas e sem horário pra descansar entre as festas contínuas. Se hospedou no Copacabana Palace e tentou nadar pelada na piscina, acabou expulsa e sem lugar onde ficar pois os hotéis estavam lotados de turistas, também tentou fazer topless na praia e quase acabou presa:


“Janis talvez estivesse esperando vodu, a música intoxicante do samba, coloridos trajes de bailes de máscaras e uma legião de nativos que cobiçariam seu corpo; em vez disso, encontrou um estado policial”
Gary Carey, no livro "Lenny, Janis & Jimi"

Por sorte foi encontrada por um amigo brasileiro, o fotógrafo Rick Ferreira, que a levou para sua casa:

“Janis estava perdida na praia. Tinha acabado de ser expulsa do Copacabana Palace e não tinha para onde ir. Eu a convidei a ir para o apartamento em que eu morava, no Leblon. E ela aceitou. A experiência de convivência com Janis foi fantástica”
Rick Ferreira

“Fui apresentando a Janis para o Jerry (Adriani), porque o cara era da Jovem Guarda e não sabia nada de rock n’ roll. E ele veio: ‘Janis, quais foram as suas impressões do Carnaval carioca?’ Ele nem sabia quem era. Nem a Globo. Nem a Veja. Nem ninguém …”
Rick Ferreira

Rick jura nunca ter tido nenhum relacionamento mais íntimo com a cantora:

“Aliás, ela nem era o meu tipo de mulher, apesar de toda a admiração que eu tinha. Ouvi-la cantando em casa, mesmo sem acompanhamento, foi simplesmente fantástico. Janis tinha os mais diferentes tipos de vozes, coisa de outro mundo”
Rick Ferreira

Em outro momento ela entrou na favela da Rocinha para comprar um “pozinho” e acabou fazendo um show exclusivo para alguns moradores dentro de uma birosca.


Também quase foi presa ao tentar invadir a Sapucaí para desfilar junto com uma escola de samba:


“Vibrou com o carnaval de rua e a batucada. Levei-a a todos os lugares e foi tudo um barato”
Rick Ferreira


O resultado fatal desses dez dias de retiro no Brasil aconteceu seis meses depois. Uma overdose, sozinha dentro de um quarto de hotel em Los Angeles, com apenas 27 anos de idade, entrando para o famigerado Clube dos 27 (leia mais sobre isso > AQUI <).

Mas a lenda sobre o relacionamento entre Janis e Serguei é um pouco obscura. Vamos tentar entender.

Eles se reencontraram no Rio:

“Eu caminhava pela calçada em frente ao Copacabana Palace – naquela época a gente podia andar na Avenida Atlântica sem ser assaltado – quando vejo um casal bem diferente: um loiro alto, bonito, interessante e uma mulher com turbante e saia cigana. ‘Puta que pariu! Janis!’, gritei, e logo nos beijamos na boca.”
Serguei


Depois ele a teria levado para uma boate no Leme (New Holliday), onde Serguei iria se apresentar. O dono da boate não quis deixar ela entrar pois achou que aquela ripe fosse uma mendiga, e olha que a boate era frequentada por prostitutas da zona portuária. Já lá dentro Serguei chamou Janis para cantar algumas músicas:

“Então ela soltou a voz e cantou ‘Ball and chain’. Meu Deus… o canto dela era sublime! A boate toda se levantou. Alcione gritou desvairada. Tony Tornado, que também se apresentava ali, tremia todo, sem camisa… e o dono da boate que a tinha barrado disse: ‘Puta que pariu! Como fui barrar essa maluca?’”
Serguei

Assistiram ao show da cantora Darlene Glória, depois saíram para caminhar na praia e acabaram transando a três na areia: Serguei, Janis e o namorado dela:

“Éramos cúmplices, namorados e amantes. Chegamos a viver momentos de loucura. Na época, Janis tinha um namorado holandês e transamos a três em plena areia de Copacabana”
Serguei

“Saí de lá, alcancei ela com o David Niehaus, o tal holandês loiro, já na praia. Uma lua cheia… Você sabe, né, sou um sem-vergonha por natureza. Transamos nós três até de manhã. Na verdade, eu estava mais ligado no holandês, aquela bunda branca ao luar, não tinha muita atração nela porque pra mim a Janis era algo inatingível, um ídolo, sensualidade e protesto, tudo. Ela era tudo o que eu queria ser. Mesmo que a gente estivesse próximo, transando, pra mim ela era um ponto de luz perdido no espaço”
Serguei

Uma prova desse momento teria sido destruída pela mãe de Serguei. Janis teria feito desenhos e escrito mensagens por toda a calça dele durante a noite, mas enquanto ele dormia já em casa, sua mãe teria achado a calça toda riscada e mandado lavá-la.

Por outro lado Serguei sempre deixou claro que o caso entre os dois foi apenas uma aventura passageira:

“Sabia muito bem que ela não era mulher de um homem só”… “Quando ela diz em suas cartas que se apaixonou no Brasil por um homem de olhos azuis, acho que possa ser o holandês, porque meus olhos azuis são efeito de uma belíssima lente de contato. Mas se existiu alguém que amasse tanto Janis Joplin como eu amei, então esse namorado sou eu”
Serguei

Mas existem contradições entre os diversos relatos. Por exemplo o fotógrafo Rick Ferreira diz ter sido ele quem levou Janis à boate New Holliday e somente lá que ela e Serguei se encontraram.

Serguei também se contradiz dizendo que fez um show na boate e que convidou Janis a subir no palco, mas em outro momento diz ter pedido para que uma banda que tocava naquele momento acompanhasse a cantora improvisando sem conhecer as músicas.

Serguei fala que encontrou a cantora com um namorado holandês, mas no livro 'Buried Alive', uma biografia de Janis escrita por uma de suas amigas, chamada Myra Friedman, é dito que houve um namorado, mas que era norte americano, o já citado David Niehaus, até foram fotografados juntos.


Isso tudo parece se confirmar na última carta escrita por Janis Joplin, entitulada A carta do Brasil, escrita em abril de 1970 já nos EUA:

“Alô

Realmente trabalhando demais nos ensaios, tenho uma nova… pequena banda e tudo vai fantasticamente! Ótimas novas canções - eu realmente precisava de novas canções -, portanto faremos um disco durante a próxima turnê. Albert está aliviando minha agenda, um pouco devido à minha velha idade e porque eu pisei fundo demais!… Encontrei um homem muito legal no Rio de Janeiro, mas eu tive que voltar a trabalhar, por isto ele está fora, descobrindo o resto do mundo - África ou Marrocos agora, eu penso, mas ele realmente me amou e foi tão bom para mim e ele quer voltar e casar comigo! Eu pensava que morreria sem alguém além dos fãs me chamando. Mas ele foi jeitoso e quem sabe - eu posso cansar do negócio da música, mas estou realmente fundo nela agora!
Janis Joplin


A amiga Myra também escreveu sobre esse momento na vida da cantora.

“No meio de toda a excitação que marcou aqueles dias, Janis parecia genuinamente feliz, particularmente depois que conheceu David Niehaus, de manhã, na praia”
Myra Friedman


Aí está outro detalhe que contradiz as lembranças de Serguei. Janis não fala especificamente em nenhum homem de olhos azuis pelo qual teria se apaixonado.

Mas aparentemente ela se encontrou com David dois meses depois e eles não acharam um ponto em comum além dos dias de festa no Brasil e tudo acabou entre eles.

Outra contradição aparece nas lembranças de Tony Tornado. Ele diz ter sido procurado por Serguei para ajudá-lo a tirar Janis desacordada da praia, nesta versão ela estaria sem condições de transar a noite inteira e não havia nenhum namorado com ela:


“E foi assim que conheci a Janis Joplin. Atravessei a praia de Copacabana com ela toda torta nos braços”
Toni Tornado

Serguei também é categórico quanto a causa da morte de Janis, mesmo não estando lá:

“Foi assassinada pela CIA porque ela exercia um grande poder sobre a juventude americana. Colocaram sonífero em sua bebida e depois aplicaram uma overdose de heroína. Antes de a droga ser aplicada, ela foi asfixiada”
Serguei


Mas as diversas contradições nas lembranças de Serguei e entre as dele e de outros também não invalidam a lenda, afinal não dá pra confiar nas memórias de ninguém que estivesse envolvido com o mundo do rock psicodélico nos anos sessenta, é bem provável que todos tenham as memórias meio embaralhadas e mesmo assim estejam dizendo a verdade (a verdade de cada um) e que na liberação sexual da era hippie realmente Janis se envolvesse com qualquer um de seus amigos sem que houvesse algo mais sério nestes relacionamentos. Serguei pode estar contando a mais pura verdade.

Nosso dinossauro do rock esteve em Woodstock, fez shows em dois Rock n’ Rios, apareceu em muitos programas na TV, teve seu próprio programa em TV a cabo (Serguei Rock Show), no Brasil é o cantor oficial do clube de motoqueiros Hells Angels, gravou oito compactos entre 1966 e 1984, um longplay chamado Coleção de Vícios em 1991, e dois CDs, Serguei, em 2002, e Bom Selvagem em 2009, mora em Saquarema (RJ) e sua casa é um ponto turístico na cidade, você pode visitar o Templo do Rock e conhecer o roqueiro mais antigo do Brasil.


E você, o que pensa disso? Serguei transou com Janis Joplin?



Leia mais frases do Serguei > AQUI <


terça-feira, 19 de julho de 2016

A MÚSICA DO SUICÍDIO


Existe uma música que carrega uma fama nada boa, ela é considerada a música da morte e pode levar as pessoas que a escutam a cometerem suicídio.

Seu compositor é o húngaro Rezso Seress e ela se chama Szomorú Vasárnap (Domingo sombrio). Esta música é considerada responsável por centenas de suicídios e carrega desde o início uma história triste.

A lenda diz que...

...Rezso tentava inutilmente viver de sua música em Paris, mas não obtinha sucesso e se frustrava com isso, para piorar, em 1933 ele foi largado pela namorada que achava que ele vivia um sonho sem perspectivas, o que o deixou muito depressivo. No dia seguinte, um domingo, querendo expressar toda sua dor, ele resolveu compor uma música que fosse realmente triste e que transmitisse também toda a dor do mundo em sua época, sentou-se ao piano e olhando pela janela viu o céu chuvoso e começou a compor, os versos foram escritos a lápis em um cartão postal.

Rezso Seress

Após a recusa de um produtor local, outro resolveu publicar e distribuir a música para às casas de show das maiores cidades da Europa, tornando a composição um pouco conhecida. Apesar de todo seu esforço a música não fez muito sucesso, o que deve ter deixado Rezso ainda mais frustrado. Porém dois anos depois o cantor Pál Kálmar, muito famoso na Hungria, resolveu gravar a canção que acabou ficando conhecida e aí é que começaram os suicídios entre os húngaros. Logo se percebeu que muitos destes suicídios tinham alguma relação com a música e os boatos se espalharam, tinha algo sinistro em Szomorú Vasárnap. Logo a reprodução da música foi proibida e a curiosidade só aumentou, fazendo com que ela ficasse mais famosa.


Em 1936 a letra húngara foi traduzida para o inglês, forma pela qual ela é mais conhecida (Gloomy Sunday), mas o que realmente a fez ficar conhecida foi quando a grande cantora norte americana Billie Holliday resolveu gravá-la, em 1941. A emissora inglesa BBC considerou a canção muito triste e achou melhor não reproduzi-la, mas ela não chegou a ser proibida, já nos EUA ela foi tocada normalmente.


Veja alguns relatos de suicídios atribuídos à música:

Um húngaro se jogou de um prédio com um papel em seu bolso que continha frases da música;

Um jovem deu um tiro na própria cabeça em Berlin após dizer que não conseguia tirar a canção da mente;

Também em Berlin uma jovem se enforcou em seu apartamento, a letra de Domingo Sombrio estava sobre a cama;

Uma secretária nova-iorquina deixou uma nota de suicídio pedindo que Domingo Sombrio fosse tocado em seu funeral;

Ainda em Nova Iorque um homem de 82 anos tocou Domingo Sombrio no seu piano antes de se atirar do 7º andar;

Em Roma uma adolescente se atirou de uma ponte após escutar a música;

Em Londres os vizinhos de uma mulher forçaram a entrada em seu apartamento pois o disco que ela estava escutando ficou pulando por muito tempo num mesmo trecho de Domingo Sombrio, ela estava sentada em uma cadeira, morta por overdose de barbitúricos.

Veja a letra em uma tradução livre do original em húngaro:

Domingo sombrio com centenas de flores brancas
Eu estava esperando por você querida, com uma prece
Uma manhã de domingo, correndo atrás de meus sonhos
Lágrimas de sangue escorriam pelos meus olhos
Enquanto eu ouvia aquela canção ecoar nos meus ouvidos
Tal como o som da sua voz serena sussurrando uma canção
Só me fazia sofrer mais
Minha carruagem de tristeza retornou sem você
Desde então meus domingos são para sempre tristes e solitários
As lágrimas são minha única bebida, a tristeza é meu pão
Domingo sombrio
Neste último domingo minha querida, por favor venha até mim
Haverá um padre, um caixão, um sepulcro e uma mortalha
Pois não estarei mais aqui
Haverá flores para você, flores e um caixão
E eu estarei lá dentro a sua espera, meu amor
Sobre as árvores florescentes se dará minha última jornada
Meus olhos estarão abertos
Para que eu possa lhe ver uma última vez, feche-os
Não tenha medo de meus olhos
Eu a estou abençoando mesmo na minha morte
Neste último domingo

Nesta mesma época a Segunda Guerra Mundial estava no auge e Rezso acabou capturado pelos nazistas e foi mandado para um campo de concentração de onde fugiu. Apesar do sucesso de Gloomy Sunday, ele não conseguiu compor nenhuma outra música tão inspirada e se dedicou a várias atividades nos anos seguintes, chegando a ser ator de teatro e trapezista em um circo. Também tentou se reconciliar com a antiga namorada que inspirou a música, mandou uma carta para ela, mas não houve resposta, algum tempo depois descobriu que ela foi achada morta ao lado de um papel com a letra da música. Suicídio por envenenamento.

Rezso não gostava do que sua música causava nas pessoas e declarou:

“Esta fama fatal me machuca. Eu chorei todas as tristezas de meu coração nesta música e parece que outras pessoas, com sentimentos como os meus, encontraram sua própria dor”

A história é macabra, mas pode ser mais uma dessas lendas que começam pequenas e crescem como uma bola de neve. Primeiramente lembremos que na década de 1930 a Europa ainda se recuperava da Primeira Grande Guerra e já mergulhava na Segunda, as pessoas chegavam a passar fome em alguns lugares, muitas empresas fecharam e não havia uma boa perspectiva de futuro para os mais jovens, isso por si só pode aumentar a taxa de suicídios. Por outro lado uma música como Domingo Sombrio pode se tornar um gatilho perfeito para pessoas que estejam nessa situação limite.

Os mais céticos dizem que quando foi lançada nos EUA, Gloomy Sunday teve uma divulgação bastante enfocada na lenda dos suicídios, o que aumentou a crença em boatos sem fundamentos e que muita coisa foi deliberadamente inventada e esta é uma visão compartilhada pelo músico Michael Brook que escreveu sobre ela:

“Gloomy Sunday chegou à America em 1936 e, graças a uma brilhante campanha publicitária, ficou conhecida como ‘A canção húngara do suicídio’. Supostamente, depois de a ouvirem, amantes perturbados seriam compelidos a saltar da primeira janela que encontrassem, mais ou menos como os investidores depois de outubro de 1929”

Em 1999 um filme alemão foi inspirado na história da música de Rezso Seress, Ein lied von liebe und tod (Uma canção de amor e morte) conta a história de uma música triste e um triângulo amoroso em meio a suicídios.


Ainda segundo a lenda, o corajoso que escutar toda a música, olhado nos olhos de Rezso Seress (uma foto é claro) vai adquirir tamanha angústia que acabará atentando contra a própria vida. Você pode tentar isso aqui mesmo (por sua própria conta e risco) após terminar de ler este post.

Hoje em dia a música ficou quase esquecida como peça artística, as poucas vezes que se fala dela ou se pára para ouvi-la é por causa da mórbida lenda, o que é o caso mais provável de você que está lendo este blog agora mesmo.


De todos os suicídios que são atribuídos a Domingo Sombrio um é mais marcante. Rezso Seress se jogou da janela de seu apartamento em Budapeste em 1968, sobreviveu mas acabou se enforcando com uma corda no hospital.

Rezso Seress

No vídeo uma versão mais moderna de Gloomy Sunday interpretada por Sinead O'Connor.