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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

DICIONÁRIO MUSICAL - ATONALIDADE


É basicamente um método de composição musical. Neste método o compositor arranja as notas de modo que não se possa identificar o tom da música, não existe uma nota que seja a principal, não há um centro tonal harmônico.

Dentre as diversas maneiras de se compor desta forma a mais comum é o sistema serial, onde todos os tons e semitons da escala, chamada cromática, devem ser usados dentro de um mesmo espaço na música, que é a série total de tons, diferente da forma tonal clássica, onde são usados majoritariamente os tons que harmonizam entre si.

Há então uma predominância de dissonância e o ritmo, o timbre, as diferenças de intensidade e todos os outros elementos sonoros ganham uma importância maior na composição.

Diversos nomes foram dados para este método, como Atonalismo, Dodecafonismo e Serialismo Total ou Integral. Embora seja uma forma que se solidificou no século XX, já haviam experimentos neste sentido no final do século XIX com Wagner, Strauss, Mahler e César Franck, por exemplo, mas quem mais se aprofundou neste sistema, já no século XX, foram Schönberg, Alban Berg e Webern, da Segunda Escola de Viena com seu Cromatismo. A partir daí foi despertada uma nova fase na música ocidental onde fazer música tonal não era mais uma regra a ser seguida.

Alban Berg, Arnold Schönberg e Anton Webern


Historicamente há uma primeira fase, chamada Atonalismo Livre, ou Cromatismo Livre, no começo do século XX, centrada na Escola de Viena.

Uma segunda fase onde o Dodecafonismo com ênfase no uso igualitário dos tons se destacou. Teve início após a Primeira Grande Guerra (1914 - 1918). Neste período as bases livres do atonalismo começaram a ganhar métodos de composição, passando a ter regras mais rígidas.

Uma terceira fase a partir da década de 1950 trouxe o Serialismo, onde não só os diversos tons musicais, mas também os outros elementos musicais, como o ritmo, a intensidade e os timbres, eram organizados em séries que deveriam receber a mesma importância e espaço na composição, utilizando-se até mesmo de fórmulas matemáticas para regrar o sistema.

Grandes nomes do Atonalismo são:

Alban Berg, Almeida Prado, Anton Webern, Arrigo Barnabé, Arnold Schoenberg, Béla Bartók, Claude Debussy, Franz List, Igor Stravinky, John Cage, Karlheinz Stockhausen e Sergei Prokofiev, entre outros.

No vídeo a Suíte para piano, opus 25 de Arnold Schoenberg, executada pelo pianista Michael Mizrahi.




sábado, 13 de julho de 2019

DICIONÁRIO MUSICAL - ARTE DA FUGA


No original Die kunst der fuge.


Obra do compositor alemão Johann Sebastian Bach da qual não se sabe com certeza a data de início, embora se acredite que foi em 1742, e que ficou incompleta por faltar apenas um pequeno trecho da décima-quarta e última das fugas que compõem este estudo que é considerado o mais completo feito sobre a arte do contraponto. O compositor ainda trabalhava na composição quando ficou doente e faleceu em 1750.

Johann Sebastian Bach

Numerada como BWV 1080, contém 12 fugas e 2 cânones e esgota as possibilidades de composição para o tema fuga, que consiste em um complexo arranjo entre um tema principal chamado sujeito, repetido e/ou entrelaçado com outro sujeito, que pode ser igual, invertido, espelhado ou com seu próprio tema, podendo ser às vezes chamado de contra-sujeito, podendo também haver um terceiro ou quarto sujeitos, aumentando ainda mais a dificuldade de entrelaçamento entre as diversas linhas melódicas.

A obra foi arranjada em pequenos grupos de composição:

Fugas simples;
Contra-fugas;
Fugas duplas e triplas;
Fugas espelho;
Cânones;
Um arranjo de uma das fugas espelho;
Fuga quádrupla (inacabada).

Esta última fuga inacabada teve três sujeitos desenvolvidos até o final, faltando o quarto sujeito, de modo que a obra pode ser executada, mas sem uma das vozes, embora existam tentativas de compô-la através do conhecimento dos métodos do compositor. Deste modo esta última composição termina de um modo um tanto abrupto deixando no ar o sentimento de ausência do compositor e do fim da era barroca.

O manuscrito do final inacabado do Contraponto 14 de A arte da fuga

No vídeo o contraponto 14 (inacabado) de Johann Sebastian Bach.




DICIONÁRIO MUSICAL - ARS SUBTILIOR


Significa "A arte mais sutil" e foi um estilo musical que se desenrolou entre 1360 e 1430, no final da Idade Média.

Para melhor entendimento recomendo ler os posts anteriores sobre a Ars Antiqua >AQUI< e a Ars Nova >AQUI<.

É uma das últimas escolas estilísticas da música medieval, diretamente ligada à ARS NOVA. Na verdade até a década de 1960 era considerada parte da Ars Nova e pouco relevante, até que a musicóloga Ursula Günther resolveu estudar mais a fundo as complexas composições do final deste período. Ela resolveu nomear este movimento artístico como uma "arte mais sutil" a partir do que encontrou nos escritos do músico Philippus de Caserta em sua obra Tractatus de diversis figuris, escrito durante o período da Ars Subtilior. Porém antes dela já existia algum interesse pela música medieval a partir da década de 1940 onde já se percebia que as obras mais tardias da Ars Nova eram diferentes.

Embora muito ligada a música francesa, principalmente na capital do papado daquela época (Avinhão), a Ars Subtilior se estendeu a outras regiões da Europa como o norte da Itália e da Espanha, o Chipre e os países baixos.

Partitura em forma de coração da obra
Belle, bonne, sage de Baude Cordier

Algumas características dessa escola musical são um refinamento na forma de compor, com muita polifonia, cromatismos, acidentes e dissonâncias. Os compositores eram bastante experimentalistas, buscando novas formas rítmicas e deixando a interpretação e adaptação de suas obras em aberto para que pudessem se enquadrar no contexto musical (tipo de público, qualidade dos músicos, ambiente, etc.), o que parece indicar que não era uma música exclusiva dos ambientes eruditos, mas bem aceita entre o público geral. Os temas eram os mesmos abordados pela Ars Nova, tanto profanos (amor, cavalaria, guerras, odes...) como religiosos (liturgias, motetos, missas...). A estética ligada a escrita musical é um caso a parte. Eram explorados e inventados muitos tipos de notação, com formas e cores diversas. Algumas partituras tinham formatos estranhos para a atualidade, como o círculo, a espiral, o coração e a harpa, mas este não era o uso comum entre os compositores.

Partitura em forma de harpa da obra
La harpe de melodie de Jacob Senleches

Alguns compositores se destacaram nesta escola, como Francesco Jacob Senleches, Johannes Ciconia, Landini, Paolo da Firenze, Philippus de Caserta e Solage.

Partitura em forma circular da obra
Tout par compas de Baude Cordier

A partir da Ars Subtilior a música ocidental é classificada como sendo o período Renascentista onde houve uma expansão do conhecimento e uma grande evolução na teoria e produção musical.

No vídeo a obra Belle, bonne, sage de Baude Cordier, do manuscrito em forma de coração.




terça-feira, 30 de abril de 2019

DICIONÁRIO MUSICAL - ARS NOVA



Ou Ars Modernorum (Arte Nova, Arte Moderna).

É o nome dado ao segundo período da escola polifônica ocidental, principalmente francesa, no século XIV. Ainda muito influenciada pela Ars Antiqua baseada na Escola de Notre-Dame de Paris.

Foi de grande influência em toda a música ocidental pois a partir dela todo um novo estudo e pensamento musical se originou. Se caracterizou pela busca de novas formas (o moteto, o virelai, o rondó, a balada), pelo emprego de textos de maior qualidade poética, por um ritmo mais flexível e uma escrita mais livre, também colocou a música profana em pé de igualdade com a música sacra em termos de composição. Foi nesta época que o sistema de notação e escrita musical começou a ser estudado e modificado para ser algo mais racional, lógico e próximo da matemática, pois até então não havia uma forma única de representar a maneira como as músicas deveriam ser principalmente cantadas. Na forma rígida do canto gregoriano os símbolos em geral representavam apenas indicações de subida e descida imprecisas na linha melódica (os neumas) que deveria ser previamente conhecida. Desenvolveu-se então aí a pauta musical e os signos de notação, que embora criados por Guido d'Arezzo no séc. XI, ainda era usada de maneira tímida e de forma primitiva, porém ainda haveria um longo caminho até um consenso e uma unificação em torno de uma escrita como a conhecemos hoje.

Sistema de canto usando os neumas

Outra inovação deste período foi o contraponto. Até então as melodias eram cantadas em uníssono (mesmo tom) ou em oitavas de acordo com os tipos de vozes. Já havia algum tempo que uma segunda linha melódica (vox organalis) estava sendo colocada no canto gregoriano, mas na Ars Nova este sistema de notas diferentes sendo colocadas em "oposição" foi estudado e entendido, sendo chamado de ponto contra ponto (nota contra nota) onde duas ou mais linhas melódicas corriam juntas mas em harmonia. O nome foi sendo abreviado até ser reduzido a contraponto.

Um madrigal anônimo com o novo sistema de notação

A quebra da hegemonia da música sacra acarretou também a abertura para os ritmos binários, que eram considerados profanos, pois só os ritmos ternários estavam associados a trindade cristã, isto abriu caminho para novas formas musicais e ritmos inovadores para a época. Criou-se um sistema de contagem separado para os dois ritmos, o perfeito era ternário e o imperfeito era binário e os andamentos eram divididos em rápido, moderado e lento.


Todas estas inovações acabaram afetando a forma de se fazer música dentro das igrejas ao ponto de o papa João XXII , em 1322, lançar uma bula proibindo os excessos que estavam descaracterizando o culto tradicional, mas isto não impediu que estas novas ideias fossem sendo vagarosamente aplicadas dentro do andamento musical das missas.

Papa João XXII

O apogeu da Ars Nova chegou a um grau de detalhamento e complexidade que acabou recebendo uma denominação própria entre os musicólogos modernos, a Ars Subtilior, que tinha sistemas de composição e notação bastante complexos e até mesmo formas de pautas estranhas para a nossa época, como o círculo, a espiral e até mesmo o coração.

Partitura em forma de coração - Belle, bonne, sage, de Baude Cordier

Alguns compositores que se destacaram nesta época foram Francesco Landini, Gillaume de Marchaut, Jehannot de Lescurel, Johannes Ciconia, Pierre des Molins e Phillipe de Vitry que escreveu um tratado sobre a Ars Nova.

Página do tratado e imagem de Phillipe de Vitry

Estas características fazem deste período (Ars Antiqua e Ars Nova) a fase de transição da música medieval para a música renascentista. Com o advento do período renascentista a Ars Nova acabou ficando no esquecimento, mas no séc. XVIII o movimento romântico tentou resgatar estas composições e se deparou com um grande problema, toda esta efervescência de ideias gerou uma falta de unidade nos manuscritos da época e muito do que se tem da Ars Nova é de difícil interpretação até os dias de hoje.

Leia sobre a Ars Antiqua >AQUI< e sobre a Ars Subtilior >AQUI<.

No vídeo um moteto a três vozes de Phillipe de Vitry chamado In arboris, aproximadamente do ano 1320.


segunda-feira, 22 de abril de 2019

DICIONÁRIO MUSICAL - ARS ANTIQUA


Ou Ars Vetus (Arte Antiga).

Foi um período da música polifônica ocidental que vai do século IX até o XIII. Caracterizado pelos modi (células rítmicas) e ritmos ternários. As formas praticadas são o organum simples ou complexo, o motete profano, o conduit polifônico (de inspiração religiosa) e o rondó profano.

Mais comum entre os compositores da chamada Escola de Notre-Dame na cidade de Paris sendo os mais conhecidos Léonin e Pérotin dos quais não se sabe quase nada além de sua obra musical. Foi nesse período que se iniciou a polifonia no centro sul da Europa com o uso de duas ou mais vozes com melodias diferentes, contrastando com a monofonia onde se cantava apenas uma linha melódia em uníssono ou em oitavas, típica dos trovadores medievais. As composições eram prioritariamente religiosas embora houvesse também música profana. Esta escola teve grande influência na música européia posterior.

Uma partitura da obra Alleluia Nativitas do compositor Pérotin

Os modi (células rítmicas) propunham a aplicação dos pés métricos literários na música, alternando sons longos e breves divididos por acentos, chamados têmporas e tempos. Isto auxiliava as vozes que cantavam juntas pois o ritmo era mais preciso.

A Ars Antiqua foi sucedida pela Ars Nova que já passou a dar importância à música profana, retomando a monofonia e a improvisação. Até então não existia um nome para este período, foi quando o bispo e compositor Phillipe de Vitry fez o seu Tratado da Ars Nova criando e nomeando a arte anterior como sendo a Ars Antiqua (1324).

Leia sobre a Ars Nova >AQUI<

No vídeo o Viderunt Omnes de Pérotin cantado pelo grupo Ping Voices (2014).



sábado, 28 de julho de 2018

DICIONÁRIO MUSICAL - ARCUEIL


Nome de um pequeno grupo de estudiosos da música discípulos do compositor francês Erik Satie. Formado em 1921 se auto intitulavam Escola de Arcueil pois este era o nome da cidade em que o famoso compositor morava e lhes dava aulas. O próprio Satie era o supervisor deste grupo, formado pelos músicos Henri Pawl-Pleyel, Henri Sauguet, Maxime Jacob e Roger Desormière.

Erik Satie


sexta-feira, 6 de julho de 2018

O COMETA DO ROCK



Apesar do surgimento do rock ser um pouco obscuro, se sabe com certeza quem foi o primeiro grande roqueiro. O estilo já existia pontualmente nos EUA ainda se confundindo com o rhythm and blues e o boogie woogie de outros cantores e grupos, acrescentando-se uma pitadinha de gospel e country o estilo começou a ficar irresistível. O primeiro cara a sacar que era uma boa ideia juntar essas músicas que apareciam pontualmente no trabalho de outros cantores foi Willian John Clifton Haley, mas que entrou para a história pelo seu apelido…


Bill Haley nasceu em Highland Park no estado de Michigan em 6 de julho de 1925 mas cresceu na Pensilvânia. Filho de um mandolinista e de uma pianista clássica e cego do olho esquerdo, começou ainda jovem a tocar guitarra e cantar yodels em várias bandas, mas se dedicou principalmente ao estilo country formando um grupo chamado Down Homers em 1946, mas pouco tempo depois ele começou uma modesta carreira solo como cantor e DJ country itinerante. Lançou alguns discos compactos mas nada do sucesso chegar.


As coisas começaram a mudar quando ele decidiu formar um novo grupo chamado The Saddlemen em 1951 tocando o estilo que o DJ e radialista Alan Freed acabara de chamar de rock and roll e que começava a ficar popular. As duas primeiras músicas foram Rocket 88 de Ike Turner e Rock the joint de James Bracken (naquela época os discos tinham uma música de cada lado).

O DJ Alan Freed

Começamos como um grupo de country-western. Decidimos tentar um novo estilo, usando principalmente instrumentos de corda para obter com eles o mesmo efeito dos metais e dos saxofones. Era uma coisa nova e diferente e, embora ninguém soubesse, já tocávamos rock n’ roll”

Bill Haley (1975)

Com o relativo sucesso deste compacto Bill resolve, no ano seguinte, mudar o nome da banda para Bill Haley & His Comets, aproveitando a semelhança de seu sobrenome com o do astrônomo Edmond Halley, descobridor do famoso cometa de Halley, criando um efeito mais impactante para o público. Sua primeira composição a entrar nas paradas de sucesso foi Crazy man crazy em 1952.


Em 1954 Bill gravou uma versão da música Shake, rattle and roll de Big Joe Turner vendendo milhões de cópias nos EUA, mas o sucesso mundial veio com a música Rock around the clock composta por Max Freedman e Jimmy De Knight em 1952, porém Bill só a gravou em 1954 como lado B do compacto e ela não obteve sucesso. Porém ouve uma reviravolta no ano seguinte com o lançamento do filme Blackboard Jungle (Sementes da violência), Rock around the clock era a música de abertura e o público simplesmente enlouqueceu com a música e o disco passou a vender milhões.


A música ficou no topo das paradas da Billboard por oito semanas, sendo o primeiro rock a chegar ao topo e ficando conhecida no mundo todo e sendo regravada em vários países (no Brasil a primeira foi Nora Ney).


Um outro grande sucesso de Bill Haley foi See you later alligator de Bobby Charles, que Bill gravou em 1956 popularizando essa expressão na língua inglesa até os dias de hoje (Te vejo depois jacaré). Neste mesmo ano foi feito um filme musical também intitulado Rock around the clock com Bill e vários outros artistas famosos na época.


Bill Haley continuou gravando e se apresentando nas décadas seguintes mas acabou sendo ofuscado ainda na década de cinquenta por um roqueiro com uma voz mais marcante, uma melhor aparência e um jeito mais rock de dançar enquanto cantava. Não dava pra competir com Elvis Presley, o Rei do Rock, que não morreu (leia sobre esta lenda >AQUI<), porém sem o trabalho de Bill na divulgação do rock n’ roll é mais provável que Elvis tivesse se tornado o Rei do Country, que estava mais em moda entre o público branco no começo da década.


Ele se casou três vezes, em 1946, 1952 e em 1963. Teve dez filhos e três se dedicaram à música, sendo seu segundo mais velho o que mais se destacou, conhecido como Bill Haley Jr. montou uma banda chamada Bill Haley and the Satellites com algum sucesso e um projeto em tributo ao pai chamado Bill Haley Jr. and the Comets, tocando os sucessos antigos.

Sua fama diminuiu mas ele nunca chegou a ser esquecido, era aclamado e atraia público onde se apresentava em qualquer parte do mundo. Esteve no Brasil em 1958 no auge da fama e em 1975 ainda atraindo público. Sua última turnê foi na África do Sul em 1980, após a qual ele faria outra na Alemanha, porém foi divulgado que ele havia sido diagnosticado com um tumor cerebral, de modo que esta última foi cancelada. No ano seguinte (9 de fevereiro) ele acabou morrendo em sua casa no Texas aos 55 anos de idade e seu corpo foi cremado.

Bill Haley em 1979

Na época se acreditou que ele havia morrido por causa do pretenso tumor, mas seu melhor amigo, sua mulher e sua filha mais nova, que ainda morava com ele, descrevem os últimos momentos de Bill Haley de maneira mais triste. Ele sofreu por muitos anos de alcoolismo e no último ano sua saúde estava completamente comprometida, principalmente sua sanidade mental. Já não reconhecia as pessoas direito, ficava enclausurado em um quarto, fazia ligações telefônicas para conhecidos falando coisas sem sentido, comia pouco e mesmo não bebendo apresentava comportamento de embriaguez. Chegou a ser hospitalizado e diagnosticado com um problema de alta produção de adrenalina no cérebro para o qual foi receitado um medicamento. Logo que chegou em casa tomou o remédio e teve uma melhora, porém começou a piorar até o momento de sua morte. Hoje acredita-se que tenha tido um derrame.

A certidão de óbito de Haley listou:

Causa imediata: Causas naturais: ataque cardíaco mais provável
Devido a: ____________________________________________
Como consequência de: ________________________________

Ainda em 1980 Bill se dedicava a uma autobiografia que não chegou a ser terminada e nunca foi publicada. Em 1982 foi lançada um biografia escrita por John Swenson (Bill Haley: The daddy of rock and roll). Em 1990 o filho mais velho de Bill, John W. Haley, lançou uma biografia falando mais sobre o começo e auge da carreira do pai (Sound and glory). Em 2005 foi lançado um livro falando sobre os maiores sucessos de Bill Haley (Rock around the clock: The record that started rock revolucion) escrito por Jim Dowson. Em 2016 foi lançada outra biografia (Bill Haley the father of rock n’ roll – The rise of Bill Haley and rock n’ roll) escrita por Otto Fuchs.


Em 1982 a música Rock around the clock foi incluída no Grammy Hall of Fame. Em 1987 Bill foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame e em 2017 no Rhythm an Blues Hall of Fame.


Talvez a maior homenagem para o cometa do rock tenha vindo em 2006, a União Astronômica Internacional eternizou o pai do rock n’ roll batizando um asteroide com o nome Bill Haley.





segunda-feira, 28 de maio de 2018

DICIONÁRIO MUSICAL - ANFIÃO


Personagem da mitologia grega, filho de Zeus e de Antíope e irmão gêmeo de Zeto.


Enquanto seu irmão Zeto se dedicou ao pastoreio e à caça, Anfião foi influenciado pelas musas (filhas de Zeus que regiam as artes) e dedicou-se à música. Recebeu do deus Hermes uma lira mágica de ouro e os ensinamentos de como tocá-la. Junto com seu irmão tornou-se governante de Tebas e ao som dessa lira os muros da cidade se construíram magicamente. Enquanto ele tocava, as pedras foram se posicionando sozinhas umas sobre as outras, formando suas muralhas e os sete portões, um para cada corda de sua lira.


domingo, 9 de outubro de 2016

HINOS DO FUTEBOL - INTERNACIONAL



O ano era 1957 e o músico Nélson Silva acabava de escutar pelo rádio a derrota do seu time do coração, o Inter perdera de 3x0 para o Aimoré de São Leopoldo, ele deveria esperar pela namorada, mas foi para um barzinho e começou a escrever os versos que estavam brotando de sua alma...

Assim começa a história do hino do Internacional. Glória do desporto nacional...

Nélson Silva

Nélson Silva nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou para Porto Alegre aos 27 anos de idade, era torcedor do Flamengo, mas logo se identificou com o Sport Club Internacional que mesmo com várias décadas de fundação ainda não tinha um hino. Apesar disso essa não era a pretensão do compositor quando compôs a marchinha, foi inicialmente um desabafo de um torcedor que via grandeza em seu time mesmo na derrota.

“Nasceu de pura raiva este hino. Eu estava esperando minha noiva, Ieda, na Rádio Farroupilha, e com os ouvidos bem abertos esperando uma reação do Inter. Quando acabou o jogo, nós tínhamos perdido – 3x0 – e eu estava sem acreditar, desesperado da vida. Sentei em uma mesa e comecei a botar as ideias que tinha na cabeça no papel. Em meia hora, com aquela raiva toda, surgiu a marchinha ‘Celeiro de Ases’ que eu mesmo musiquei”

Nélson Silva (1975)

Nélson Silva trabalhou em rádio e TV no Rio Grande do Sul e foi assim que sua marchinha começou a ser conhecida e bem recebida pelos torcedores. Porém, algum tempo depois, a direção do Inter entendeu que seria importante que o clube tivesse um hino oficial e promoveu um concurso. Inicialmente Nélson Silva não pensou em colocar sua música, chamada Celeiro de Ases, para concorrer.

“Durante muito tempo guardei para mim. Tinha sido um desabafo. Não era uma música. Depois eu me dei conta que ser colorado era isso mesmo: os sentimentos mandando. Então comecei a mostrar a música devagarzinho, cantando na rádio, nos bares e nas serestas. Daí foi pegando o embalo. Todo mundo falou para eu inscrever no concurso, mas eu pensei: ‘Se o pessoal já gostou, não vai ser um concurso que vai mudar isso’. Um dia fui ao Inter e disse para os homens: ‘Tô dando os direitos do hino pro Inter’. Nunca ganhei nada com o hino. Quer dizer, falando em dinheiro, porque amizade ganhei muito. Chego no Beira-Rio hoje e é aquela festa.”

Nélson Silva (1975)


Logo que cedeu os direitos para o clube, Celeiro de Ases se tornou o hino oficial do Internacional. O hino tem um refrão e uma estrofe.

O refrão fala da grandeza e das glórias do time.

A estrofe fala das cores, do passado, do presente e da alegria da torcida colorada. Também aparece aí um dos apelidos do time – Clube do Povo – já usado na época da composição do hino.

No vídeo o hino do Internacional:


Celeiro de Ases (Hino Oficial) por Nélson Silva (1957)

Glória do desporto nacional
Oh, Internacional que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes, vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias, orgulho do Brasil

É teu passado alvirrubro
Motivo de festas em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo à torcida alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo do Rio Grande do Sul

Glória do desporto nacional
Oh, Internacional que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes, vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias, orgulho do Brasil

Sobre o time:

Nome oficial
Sport Club Internacional

Data de fundação
4 de abril de 1909

Localização
Porto Alegre, RS, Brasil

Cores
Vermelho e branco


Escudo
Em versões anteriores haviam estrelas, ramos de louro e uma coroa que foram substituídos pelo modelo atual com o nome e a data de fundação inscritos


Mascote
Saci-Pererê (antigamente era um negrinho)


Bandeira
Dois triângulos retângulos com o escudo sobre o triângulo vermelho


Apelidos
Clube do Povo, Colorado, Inter, Rolo Compressor

Estádio
Gigante da Beira-Rio (1969)
Anteriormente o Estádio dos Eucaliptos (1916)
Primeiramente o Campo da Ilhota (1909)

Gigante da Beira-Rio
 
Estádio dos Eucaliptos
Conquistas
Locais, estaduais, regionais, nacionais, americanos, mundial



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