Expressão do latim (ars = técnica / per = através de / formáre = dar forma) significando a "atividade de dar forma" a algo.
Nas artes isso se relaciona às atividades como o canto, a dança, a mágica, a mímica, o malabarismo, a música... onde a obra não se apresenta pronta, mas tem que ser desenvolvida e apresentada diretamente ao espectador ou de maneira solitária pelo artista.
O violonista brasileiro Yamandu Costa
Esta expressão não é muito precisa e extremamente abrangente, pois mesmo artes consideradas estáticas - como as artes plásticas, por exemplo - acabam tendo seu momento de performance quando são criadas, ou até mesmo tem interação com o público depois de prontas. O teatro por exemplo é considerado por alguns como arte cênica, e também se enquadra no contexto performático. A poesia também se apresenta de formas variadas podendo ser performática.
Não existe um consenso para determinar quais artes seriam puramente performáticas, de modo que esta é uma expressão mais explicativa do que realmente classificatória. Mas de forma geral a música é considerada quase sempre uma arte performática.
Lamartine Babo compôs uma marchinha de carnaval em homenagem a um time do Rio de Janeiro, o sucesso foi tamanho que um locutor de rádio o desafiou a compor uma para cada um dos times do campeonato carioca...
Assim começa a história do hino do Vasco. Vamos todos cantar de coração, a cruz de malta é o meu pendão...
Lamartine Babo era um compositor muito popular no Rio de Janeiro, sendo muito conhecido por suas marchinhas carnavalescas, como a famosa:
"O teu cabelo não nega mulata,
Porque és mulata na cor,
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata eu quero teu amor..."
Lamartine Babo
Em 1942 resolveu compor uma marchinha para seu time do coração, o America Football Club, ele fez uma adaptação em cima de uma música norte-americana popular da época chamada Row row row, depois resolveu compor uma marchinha para o carnaval do mesmo ano em homenagem ao time do Flamengo. Essa marchinha ficou muito popular e passou a ser cantada mais do que o próprio hino oficial. Alguns anos depois Lamartine (apelidado Lalá) participava de um programa de rádio chamado Trem da Alegria, onde o assunto da música tão popular veio a tona. Seu colega Helber de Boscoli então o desafiou a compor marchinhas também para cada um dos outros times do campeonato daquele ano, uma a cada semana, no total de 11 times. Desafio aceito e cumprido. As músicas foram todas gravadas e viraram um disco em 1945. Uma dessas marchinhas era em homenagem ao Vasco da Gama, e da mesma forma a torcida adorou e passou a cantar a música em forma de hino.
Momento no programa Trem da Alegria com Lamartine ao centro
Porém o Gigante da Colina já tinha um hino oficial, que havia substituído um hino ainda mais antigo. O primeiro era chamado de Hino Triunfal do Vasco da Gama, composto em 1918 por Joaquim Barros Ferreira da Silva e o segundo se chamava Meu Pavilhão, com música de Ernani Corrêa e letra de João de Freitas, mas não se conhece a data de composição.
O hino mais atual e popular é dividido em três estrofes:
A primeira fala do escudo do time e do navegante português que dá nome ao clube;
A segunda fala da torcida e do brilho do time;
A terceira fala dos esportes que o clube pratica.
No vídeo o hino popular:
Hino popular do Vasco da Gama por Lamartine Babo (1945)
Vamos todos cantar de coração
A cruz de malta é o meu pendão
Tu tens o nome de um heroico português
Vasco da Gama, a tua fama assim se fez
Tua imensa torcida é bem feliz
Norte-sul, norte-sul deste Brasil
Tua estrela, na terra a brilhar, ilumina o mar
//No atletismo és um braço
No remo és imortal
No futebol és um traço
De união Brasil-Portugal//
Veja também o segundo hino do Vasco:
Meu pavilhão por Ernani Corrêa e João de Freitas
Vasco da Gama evocas a grandeza
Daqui e d'além mar
Teu pavilhão refulge de beleza
Perene a tremular
Dos braços rijos de teus filhos
O mar sagrou-se na história
Reflete pelos céus em forte brilho
O cetro que ostentas da vitória
Na cancha és o pioneiro
És o mais forte entre os mil
Com a fama que ecoa no estrangeiro
Elevas o esporte do Brasil
Veja ainda o primeiro hino do Vasco:
Hino Triunfal do Vasco da Gama por Joaquim Barros Ferreira da Silva (1918)
Clangoroso apregoa, altaneiro
O clarim estridente da fama
Que dos clubes do Rio de Janeiro
O invencível é o Vasco da Gama
Se vitórias já tem no passado
Glórias mil há de ter no porvir
O seu nome é por nós adorado
Como estrela no céu a fulgir
Avante então que p'ra vencer
Sem discussão basta querer lutar, lutar
Os vascaínos de terra e mar, os paladinos
É mundial a sua fama
Vasco da Gama não tem rival
Mais uma glória vai conquistar
Lutar, lutar para a vitória
Sobre os peitos leais vascaínos
Brilha a cruz gloriosa de Malta
Corações varonis, leoninos
Que o amor pelo Vasco ainda exalta
Quando o Vasco em qualquer desafio
Lança em campo o seu grito de guerra
Invencível, nervoso arrepio
Faz tremer o rival e a terra
Avante então que p'ra vencer
Sem discussão basta querer lutar, lutar
Os vascaínos de terra e mar, os paladinos
Vascaínos, avante é lutar
Sempre o Vasco venceu quando quis
Quer em terra, ou ainda no mar
Nunca o Vasco baixou a cerviz
Viva pois, nosso Vasco da Gama
Nosso clube leal, valoroso
Tudo o diz, assegura e proclama
Nosso Vasco é o mais glorioso
Avante então que p'ra vencer
Sem discussão basta querer lutar, lutar
Os vascaínos de terra e mar, os paladinos
SOBRE O TIME:
Nome oficial
Club de Regatas Vasco da Gama
Data de fundação
Como clube náutico em 1898
Como time de futebol em 1915
Localização
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Cores
Preto, branco e vermelho
Escudo
Fendido nas duas abas superiores, com campo negro e faixa branca transversal descendo da esquerda para a direita, com uma caravela ao centro, portando a cruz de malta na vela principal, tendo a sua direita um logotipo com as letras CR entrelaçadas e abaixo outro com as letras VG também entrelaçadas.
Mascote
Almirante
Bandeira
Fundo negro com uma faixa transversal branca descendo da direita para a esquerda com uma cruz de malta ao centro. Na parte superior esquerda, oito estrelas amarelas.
Apelidos
Almirante, Camisas-pretas, Expresso da Vitória, Gigante da Colina, Time da Virada, Trem-bala da Colina, Vascão
Na antiguidade se referia à música acompanhada pela lira, principalmente o canto.
Lira de aprox. 2500 A.C. da cidade de Ur, atual Iraque
Atualmente se refere principalmente ao canto dramático, principalmente na música erudita, como nas óperas, com grande volume, timbre e impostação bem característicos. É mais comum se referir a esta arte como canto lírico.
A soprano espanhola Montserrat Caballé
Pode aparecer também em contextos musicais não eruditos, mas é bem menos comum.
No vídeo o barítono Javid Samadov canta a ária Toreador, da ópera Carmen, de Bizet.
Obra do compositor alemão Johann Sebastian Bach da qual não se sabe com certeza a data de início, embora se acredite que foi em 1742, e que ficou incompleta por faltar apenas um pequeno trecho da décima-quarta e última das fugas que compõem este estudo que é considerado o mais completo feito sobre a arte do contraponto. O compositor ainda trabalhava na composição quando ficou doente e faleceu em 1750.
Johann Sebastian Bach
Numerada como BWV 1080, contém 12 fugas e 2 cânones e esgota as possibilidades de composição para o tema fuga, que consiste em um complexo arranjo entre um tema principal chamado sujeito, repetido e/ou entrelaçado com outro sujeito, que pode ser igual, invertido, espelhado ou com seu próprio tema, podendo ser às vezes chamado de contra-sujeito, podendo também haver um terceiro ou quarto sujeitos, aumentando ainda mais a dificuldade de entrelaçamento entre as diversas linhas melódicas.
A obra foi arranjada em pequenos grupos de composição:
Fugas simples;
Contra-fugas;
Fugas duplas e triplas;
Fugas espelho;
Cânones;
Um arranjo de uma das fugas espelho;
Fuga quádrupla (inacabada).
Esta última fuga inacabada teve três sujeitos desenvolvidos até o final, faltando o quarto sujeito, de modo que a obra pode ser executada, mas sem uma das vozes, embora existam tentativas de compô-la através do conhecimento dos métodos do compositor. Deste modo esta última composição termina de um modo um tanto abrupto deixando no ar o sentimento de ausência do compositor e do fim da era barroca.
O manuscrito do final inacabado do Contraponto 14 de A arte da fuga
No vídeo o contraponto 14 (inacabado) de Johann Sebastian Bach.
Significa "A arte mais sutil" e foi um estilo musical que se desenrolou entre 1360 e 1430, no final da Idade Média.
Para melhor entendimento recomendo ler os posts anteriores sobre a Ars Antiqua >AQUI< e a Ars Nova >AQUI<.
É uma das últimas escolas estilísticas da música medieval, diretamente ligada à ARS NOVA. Na verdade até a década de 1960 era considerada parte da Ars Nova e pouco relevante, até que a musicóloga Ursula Günther resolveu estudar mais a fundo as complexas composições do final deste período. Ela resolveu nomear este movimento artístico como uma "arte mais sutil" a partir do que encontrou nos escritos do músico Philippus de Caserta em sua obra Tractatus de diversis figuris, escrito durante o período da Ars Subtilior. Porém antes dela já existia algum interesse pela música medieval a partir da década de 1940 onde já se percebia que as obras mais tardias da Ars Nova eram diferentes.
Embora muito ligada a música francesa, principalmente na capital do papado daquela época (Avinhão), a Ars Subtilior se estendeu a outras regiões da Europa como o norte da Itália e da Espanha, o Chipre e os países baixos.
Partitura em forma de coração da obra Belle, bonne, sage de Baude Cordier
Algumas características dessa escola musical são um refinamento na forma de compor, com muita polifonia, cromatismos, acidentes e dissonâncias. Os compositores eram bastante experimentalistas, buscando novas formas rítmicas e deixando a interpretação e adaptação de suas obras em aberto para que pudessem se enquadrar no contexto musical (tipo de público, qualidade dos músicos, ambiente, etc.), o que parece indicar que não era uma música exclusiva dos ambientes eruditos, mas bem aceita entre o público geral. Os temas eram os mesmos abordados pela Ars Nova, tanto profanos (amor, cavalaria, guerras, odes...) como religiosos (liturgias, motetos, missas...). A estética ligada a escrita musical é um caso a parte. Eram explorados e inventados muitos tipos de notação, com formas e cores diversas. Algumas partituras tinham formatos estranhos para a atualidade, como o círculo, a espiral, o coração e a harpa, mas este não era o uso comum entre os compositores.
Partitura em forma de harpa da obra La harpe de melodie de Jacob Senleches
Alguns compositores se destacaram nesta escola, como Francesco Jacob Senleches, Johannes Ciconia, Landini, Paolo da Firenze, Philippus de Caserta e Solage.
Partitura em forma circular da obra Tout par compas de Baude Cordier
A partir da Ars Subtilior a música ocidental é classificada como sendo o período Renascentista onde houve uma expansão do conhecimento e uma grande evolução na teoria e produção musical.
No vídeo a obra Belle, bonne, sage de Baude Cordier, do manuscrito em forma de coração.