Os exemplos de tragédias ocorridas com astros
da música, devido ao abuso de tudo o que se pode imaginar de bom e de ruim, são
muito frequentes, mas existem alguns que resistem e sobrevivem de maneira quase
milagrosa. O guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, é um desses caras
que têm uma das piores famas em relação ao uso de drogas, principalmente o cigarro
e o álcool – ele diz que parou com o resto - e está aí há décadas na ativa.
Diz a lenda que em 1973, antes de uma turnê
europeia, ele passou por uma “troca” completa de seu sangue com o objetivo de
remover tudo de ruim que estava circulando em seu corpo e ficar pronto para
encarar a maratona de shows e
aguentar a nova onda de drogas que vinha pela frente. Algo equivalente ao que
se faz com o óleo velho de um carro. O responsável por isso teria sido um
médico da Califórnia que fez o tratamento depois do show de 23 de setembro em Innsbruck, na Áustria, para que após três
dias sedado ele estivesse pronto para o show
em Berne, na Suíça, no dia 26. O tratamento consistiria em um tipo de
hemodiálise em que o sangue de Keith passaria por uma membrana semipermeável
que reteria as substâncias tóxicas. Esses relatos podem ser encontrados no
livro, Keith Richards: The Biography,
de Victor Brokis.
A versão de Keith é que antes do começo da
turnê um repórter veio e lhe perguntou o que ele tinha feito para se preparar
para os shows? Pois parecia estar muito bem – na boa, o repórter chamou ele de
drogado imprestável. No que o guitarrista lhe respondeu:
“Eu fui para a Suíça e tive meu sangue
completamente trocado.”
Keith disse que não aguentava mais aquele
tipo de pergunta e resolveu sacanear o repórter, mas a história foi publicada e
passou a ser a principal lenda sobre Keith Richards.
Entre as muitas inconsistências no livro de
Brokis, a que se refere a esta suposta “troca de sangue” é uma das que
apresentam vários problemas. Primeiramente uma hemodiálise não troca o sangue e
é usada em pessoas que tem o funcionamento do rim comprometido, o que não é o
caso de Keith, senão ele faria isso constantemente. Uma diálise não exige que o
paciente fique sedado por três dias. Também a data do show em Berne está errada, segundo a cronologia da turnê, foi no
dia 25 de setembro, então o intervalo entre os shows foi de dois dias, o que impossibilitaria a recuperação de
Keith a tempo de subir ao palco.
Tudo indica que a famosa troca de sangue não
passa de uma piada sarcástica pra sacanear um repórter sem criatividade que se
fez de desentendido e publicou tudo como uma declaração verdadeira pra sacanear
o rockstar piadista de mau gosto que
estava de sacanagem com ele.
Pobre do véioo! =)
ResponderExcluirTu vê só... qual é mesmo o telefone do médico?
ResponderExcluir